Quando perdi a minha virgindade
03 de novembro de 2025
Vendem para a gente desde que nós somos meninas que devemos esperar o príncipe encantado para romper o nosso hímen. Eu nunca esperei pelo meu.
Sempre fui muito safada, mas ao mesmo tempo queria preservar o meu cabaço e tinha muito medo de engravidar, então eu só deixava mulheres fazerem sexo oral em mim e deixava alguns homens roçarem na minha vagina com roupas. Eu era menor de idade quando tudo isso acontecia. Eu já sentia prazer com mulheres e dava prazer a elas, mas nunca tinha sido penetrada por um homem.
Tudo mudou em 2021.
Eu me relacionava com mulheres e ficava com homens apenas em festa. Eu me entendia como lésbica. Até que tive muitas experiências emocionais ruins com mulheres, me envolvia com mulheres que não gostavam de mim e até me menosprezam. Eu não tinha um pingo de amor próprio, mas colocava a culpa nas mulheres e decidi nunca mais ficar com elas. Olhei no espelho e disse “a partir de agora só vou me relacionar com homens”. Sim, meus amores, eu sou uma pessoa deveras decidida e a partir daquele dia só fiquei com homens. Cheguei a beijar algumas mulheres, mas a minha relação com elas nunca mais foi a mesma. Eu só tinha olhos para os homens agora, mas tinha um problema: eu ainda não havia transado com nenhum!
Sempre fui uma mulher que chamou atenção e tinha homens que queriam ficar comigo, mesmo eu dizendo que era lésbica. Eis que esse homem responde meus stories me elogiando, eu dou trela até ele me convidar para a casa dele. Ele queria transar comigo. Eu expliquei para ele que nunca tinha transado com homens, e ele disse que não havia problema, que iria com cuidado. Um homem nada especial, um momento que não era nada de como eu havia imaginado que poderia acontecer, ou do que contavam.
Eu aceitei ir até a casa dele. Eu tinha 21 anos quando decidi experimentar homens. Movida pela raiva e com uma impulsividade que faz parte de mim, eu me arrumei para encontrar esse homem. Como seria? Quem eu seria depois que eu voltasse para casa?
Sabe que eu pensava que sexo era uma coisa muito complexa e eu seria outra depois que sentisse a piroca em mim. Eu achei que o meu corpo iria mudar, que os meus quadris ficariam maiores e que eu seria diferente, mais decidida, mais inteira, mais mulher. Eu achava que tudo ia mudar e todo mundo que passasse na rua iria saber que eu transei. Que eles saberiam que agora eu seria mulher. Eu achava, por uma inocência, ou por uma sabedoria, que tudo iria mudar e que de alguma forma eu seria mais completa na vida. Eu sentia que faltava alguma coisa. Que faltava eu descobrir essa parte de mim. E que eu precisava desesperadamente sentir como eu seria depois.
Então eu me arrumei com muita vontade de dar e trabalhava no meu psicológico que não iria doer, que eu ia conseguir relaxar e que seria bom. Coloquei a música do The Zombies, Time of the Season, que eu havia escutado no filme da Bruna Surfisistinha, que inclusive eu achei um máximo e sempre pensava sobre. Esse filme me marcou muito. Minha mãe deixou eu assistir quando eu tinha 11 anos. Para a minha cabeça de criança, tudo que acontecia no filme era demais. Mas ao mesmo tempo, eu entendia a Bruna e de certa forma achava ela incrível. Colocava para tocar às vezes essa música pensando nas sensações que me trazia. Nesse dia, escolhi essa música especialmente para compor a trilha sonora da minha perda do meu cabaço.
Nunca romantizei isso, mas sabia que precisava enfrentar, porque tinha curiosidade de sentir um pênis entrando em mim. É verdade que eu não me lembro de tudo, o que eu me lembro é que parece que ele pagou meu uber e quando eu cheguei, ele tinha umas cervejas para me oferecer e nada mais. Lembro que reparei nisso e pensei “ainda bem que já comi em casa”, o famoso pau e água rs mas nesse caso, tinha até umas cervejinhas. E eu até que realmente precisava beber, pois precisava ficar o mais relaxada possível. Lembro que tinha medo da dor.
Eu tinha 21 anos quando resolvi transar com um homem pela primeira vez, quase 22. Eu estava cansada das mulheres. Será que os homens também me decepcionariam? Eu mal sabia o que me esperava nos próximos anos. Eu, que desde criança me entendia lésbica, agora queria uma piroca em mim.
Nós conversamos muito pouco e bebemos muito pouco, porque ele queria muito me comer. Para quem pergunta o que os homens acham dos meus pelos, nessa época eu já era peluda, e eles nem se importavam, só queriam me comer.
Ele me levou para cama e sem muita cerimônia começou a tirar a minha roupa. A gente já tinha se beijado bastante e se tocado na cozinha, então já estávamos no clima. Lembro que ele não queria colocar a camisinha, porque “se sentia melhor sem” e eu simplesmente aceitei isso! Sim, gente, eu aceitei, na verdade eu transava com todos os homens sem camisinha! Só pedia para eles gozarem fora, mas transava sem! Se o cara queria usar por precaução, ele usava, senão, eu não me importava. Eu era muito louca, vocês não têm noção kkkkkkkkk
Eu nem lembro se ele tirou toda a minha roupa, porque ele só estava interessado na minha vagina e em ser o primeiro homem nesse sentido da minha vida! Eis que ele enfiou e eu lembro de sentir cada parte do pau dele em mim. A sensação era que um cilindro cheio de camadas tinha entrado em mim, pois eu sentia cada parte por não estar com camisinha. Lembro que não doeu nada! Eu trabalhei tanto na minha mente que não ia doer, que deu certo, e olha que o pau dele até que era grande. Detalhe: nem lubrificante eu usei! Fui no seco. Mas lembro que também prazer eu não senti. Era estranho aquele cilindro em mim. Ele fazia movimentos para frente e para trás e se deliciava. Eu via que ele estava gostando e naquele momento isso era tudo o que importava para mim. Eu ainda não tinha vontade de ter prazer, eu estava só sendo curiosa.
Eu não lembro se ele gozou, mas lembro que ele insistiu muito para eu dormir na casa dele. No princípio, eu achava que era porque ele estava gostando de mim, mas hoje, consigo ver que ele só queria me comer também pela manhã.
Quando acabou, eu fui rapidamente para o banheiro fazer xixi, pois li em algum lugar que a mulher deve urinar depois da relação. E quando eu passei papel, pasmem: saiu sangue! Não muito, mas saiu. Eu já transava com mulheres desde 2017, com 17 anos, e já havia deixados elas me dedarem, mas parece que o meu hímen não havia rompido e foi só com esse homem que rompeu. Senti que isso era um marco, como se fosse uma segunda menstruação. Eu estava me tornando mulher!
Sei que é meio bobo eu dizer isso em pleno 2025 e sendo a feminista que eu sou, mas nesse momento eu senti real que algo estava sendo transformado em mim. Quando virei garota de programa, experimentei de novo isso, como se eu fosse ainda mais mulher de novo. E agora que vou completar um ano nessa profissão, vejo que estou me aproximando de mais um marco: definitivamente uma profissional do sexo. Uma mulher que escolhe usar a sua vagina ao seu favor. Que brilhante. E de pensar que em 2021 eu aceitava transar sem camisinha para agradar os homens (e porque eu era muito fora da casinha kkk).
Dormimos abraçadinhos, pés grudados um no outro, o que me fez pensar, na minha inocência de quem nunca tinha se relacionado com homens, que aquilo era uma declaração de afeto por mim. Ah, ele tinha realmente gostado de mim! Eu pensava, só que aquilo não passava de uma encenação para me comer cada vez mais. Na minha carência, eu vi verdade nisso e depois comecei a “gostar” desse homem. Eu não gostava dele, mas tinha alguma expectativa de que podíamos namorar, afinal, ele foi o primeiro homem que transei. Emocionada demais, né?
Acordamos bem cedinho, pois eu precisava trabalhar. Entrava na escola 7h30. Sim, ele me comeu às 5h da manhã na maior empolgação. Eu já tinha me trocado e antes de eu sair, ele me deitou, abaixou a minha calça e me comeu. Depois eu fui trabalhar. Lembro que fiquei com a vulva um pouco dolorida e extremamente feliz! Eu estava nas alturas, sorrindo o dia todo, e esperando uma mensagem dele, que nunca chegava. Afinal, ele só queria me comer, mas na minha inocência, eu achei que estava rolando algo a mais.
Passei uns 3 meses procurando ele, do meu jeito Sol Rara de ser. Nunca diretamente e sempre com provocações on-line. Um dia eu fiz um vídeo tirando a minha roupa e enviei para ele. Sim, eu enviava nude para vários homens kkkk (estou falando que eu era doida!) e ele disse que queria muito me comer. Chegamos até a marcar um novo encontro, mas não podíamos entrar na sua casa, porque ele morava com o pai e ele estava lá. Naquele dia que eu perdi a virgindade, o pai dele não estava em casa. Então a gente transou numa vielinha mesmo. Eu era maluca e amava viver adrenalina (como ainda sou, diga-se de passagem). Eu estava menstruada nesse dia, mas ele nem se importou.
Depois praticamente não nos falamos mais. Eu fiquei com tanta raiva que um dia bebi à beça e falei que ele era um cafajeste, que me iludiu! Detalhe que eu já estava transando com outros homens, mas fiquei com meu ego ferido. Ele nem deu bola. Eu segui a minha vida.
Anos depois, ele veio me procurar, pedir desculpas e reconciliar. Deixei ele pedir desculpas e mandei ele pastar.
No ano seguinte, ele me procurou novamente querendo reconciliar. Dessa vez, eu humilhei bastante ele, foi tanto que ele nunca mais me procurou kkkkkkk
2021 foi o ano mais louco da minha vida. Talvez a perda da virgindade tenha sido realmente um marco. Eu comecei a me descobrir como mulher e entender que eu também gostava de homens. Transei com vários! Sem proteção, bêbada, de qualquer jeito! Com caras que eu nunca tinha visto na vida. Eu era uma GP, mas não sabia disso. Era uma GP burra, que se sujeitava a situações tenebrosas só para ter os homens. Eu confundia sexo com amor e achava que se eu entregasse meu corpo para um estranho, ele me amaria. Eu sofri muito. Sofri tanto que passei mais de 3 anos sem transar. E depois virei realmente GP.










