Nas boates de São Paulo
08 de junho de 2025
Voltei para o blog. Depois de algumas semanas sem escrever, trago uma justificativa: estava me aventurando em algumas boates de São Paulo. Fui em três, ao todo, durante onze dias! E vou contar melhor as aventuras dessa saga para vocês.
Desde quando eu comecei nesse trabalho, estou empenhada em ter cada vez mais clientes. Quero ter uma boa cartela de clientes fixos, porque quanto mais previsibilidade, nesse trabalho que pode ser tão instável, é melhor. Já tinha alguns dias que o site estava bem parado e apareciam poucos clientes, então resolvi viver uma aventura: frequentar boates para conseguir mais clientes!
De início, eu não sabia o que esperar. Eu não sabia como uma boate grande funcionava, e isso é importante: eu pesquisei algumas boates e procurei as que tinham boas avaliações, que eram bem apresentáveis e que dava para cobrar um cachê legal. Não queria uma boate de esquina por aí. Aliás, eu já tinha frequentado duas boates de esquina na minha vida e sempre entrei nelas por pura curiosidade. Eu queria saber como as meninas trabalhavam e como era ser garota de programa, isso há uns dois anos. Teve uma que eu até me dispus a trabalhar, mas naquele dia não havia quase clientes na casa. Então eu fui para minha casa, pensei melhor e não voltei mais lá. Não ia imaginar que depois de dois anos eu voltaria a frequentar boates e, agora, como uma garota de programa firmada no meio.
Pois bem, pesquisei uma casa, chequei as informações e já fui pronta para trabalhar no mesmo dia. Chegando lá, conversei com a gerente que, em uma conversa de menos de dez minutos, perguntou se era isso que eu queria e eu disse que sim. Nunca pensei que seria tão fácil trabalhar em boate. Então eu fiquei a noite toda em pé, de salto, pronta para trabalhar e nada. Foi só no final da noite, lá pelas 4h30, que fiz o meu primeiro programa em boate. E eu tinha chegado umas 23h, já estava bem cansada. O cara foi um fofo e me levou até em casa e, quando eu cheguei, dormi. Depois de acordar, fiquei pensando se eu voltaria para lá. Essa boate era muito cheia, havia alguns clientes bêbados, drogados até, eu diria, algo que me deixou bastante desconfortável. E eu teria que ficar até às 6h todas às vezes que eu fosse. Não gosto de madrugar, meu sono é muito regulado e importante para mim, então decidi ir para uma casa que funcionasse de dia e que o ambiente fosse mais requintado, que eu encontrasse clientes mais primorosos, respeitosos, mais no meu nível e gosto pessoal.
Então eu fui e fiquei ao todo três dias nessa boate. No primeiro dia que cheguei, lá pelas 15h, o funcionário me explicou como funcionava a casa e eu fiquei em uma sala, que era como se fosse o restaurante ali da boate. Era uma boate muito chique mesmo! Todas as meninas ficavam por ali, esperando algum cliente entrar. Nessa boate, nós éramos proíbidas de chegar no cliente - era o cliente que vinha até nós. Vocês acreditam que, naquele dia, apenas um cliente entrou na parte da tarde? Era uma boate boa, a gente podia cobrar bem, mas entravam poucos clientes. E naquele dia, o único cliente que entrou à tarde, foi meu.
Ele sentou, ficou me olhando, pediu um hamburguer e, por fim, me chamou. A gente conversou durante vinte minutos mais ou menos, comemos e fomos para o quarto. Era um homem bem mais velho, asiático e muito gentil. A gente ficou duas horas no quarto e quando eu saí, fiquei maravilhada, pois senti que aquela seria a casa que eu iria trabalhar, afinal, no meu primeiro dia, o primeiro cliente da casa foi meu. Que sorte! Mas não foi assim nos outros dias...
Os outros dois dias foram bem ruins. Entravam pouquíssimos clientes na casa, principalmente de tarde, então comecei a ficar no período da noite. Nessa casa, a gente tinha que cumprir 6h, então se eu chegasse às 16h, poderia sair às 22h. Mas eu saí mais de 00h tentando ver se eu descolava um cliente. Nada. Na-da! Fiquei bem chateada.
No outro dia, fiz a mesma coisa e nada também! Nesse dia, cerca de 90% das meninas que estavam lá também não trabalharam - a casa estava com pouquíssimos clientes, os que tinham, só estavam bebendo e comendo e não estavam a fim de ir para o quarto. Nesse dia, essa boate fechou duas horas mais cedo, porque não entrava uma alma sequer na casa.
Apesar dessa boate ser muito requisitada, ela era cara de entrar e talvez não estava tendo uma boa divulgação no momento, então entravam pouquíssimos homens. Era normal muitas garotas trabalharem duas vezes na semana por exemplo, vindo seis dias e trabalhando apenas dois, porque havia poucos homens. Eu comecei a ficar um pouco preocupada com isso, porque é muito cansativo ficar um dia todo na boate para não fazer nenhum cliente. Nesse dia, quando eu fui passar minha digital para ir embora, o funcionário me questionou se eu tinha vindo trabalhar aquele dia (?) e pediu para eu anotar meu CPF, porque minha digital não estava sendo encontrada. Eu perguntei diversas vezes se tinha dado certo minha saída, e ele respondeu que sim, mas ele estava fingindo. Sabe por que eu sei disso?
No outro dia, quando eu cheguei para trabalhar, toda animada, colocando minha digital no monitor, de repente o funcionário me informa: você não tem mais cadastro aqui. O quê? Como assim? Perguntei para ele, que não sabia me informar o que tinha acontecido. Pedi para falar com o gerente e o gerente me informou que às vezes a casa bloqueia o cadastro da garota quando tem muito perfil de mulher morena (como o meu), por exemplo. Mas eu não sei, não, gente... essa casa era bastante exigente, sabe? Houve um dia que eu fui com uma bota de cano baixo, sem salto e que não era estilo elegante, mas alternativa e um dos gerentes falou que não era para eu vir mais com essa bota. Esse dia foi aquele que meu cadastro não passou e que o funcionário fingiu que sim depois. Talvez o dono me viu com essa bota e pediu para tirar meu cadastro. Fiquei muito chateada! Muito mesmo! Achei muita falta de consideração, como se a gente não fosse nada naquele ambiente. Eu ainda estou aprendendo a estar na boate e não sabia que essa bota ia ser negada nesse lugar, foi pura inocência minha. Mas, pelo jeito, a gente não pode errar em certos lugares...
Fiquei frustrada, com raiva, quis saber de fato o que tinha acontecido e esse gerente falou que era para eu vir à noite, conversar com a pessoa responsável por gerenciar o cadastro das meninas. Fiquei pensando que essa pessoa não ia me falar a verdade, provavelmente ia falar algo sobre o perfil, mas eu descobri a verdade. Então deixei para lá. Nesse mesmo dia, havia duas acompanhantes na casa que eu já tinha conversado e eu contei para elas o ocorrido. Elas me indicaram ir para uma casa que elas já trabalham há um tempo, que não era tão chique como essa, mas era bastante requisitada. Eu fui no mesmo dia! Saí de uma boate e fui para outra! Detalhe que depois que eu recebi a notícia que eu não poderia mais trabalhar nessa casa por três meses, fiquei me sentindo tão injustiçada que chorei muito. Aquele choro de raiva, sabe? E o garçom, muito fofo, fez uma bebida para mim. Eu tomei, me senti melhor e fui para a outra boate.
De fato, essa boate era mais minha cara. Um ambiente de balada, mais descontraído, e entrava também mais clientes. Naquele dia não estava entrando muito, por ser segunda-feira, mas ainda estava entrando mais que a outra. Eu estava muito triste nesse dia, não consegui nenhum cliente. Nessa boate, a gente pode chegar nos clientes, mas eu estava tão mal que só fiquei em um canto. Aquele dia serviu apenas para eu fazer o meu cadastro na casa. Assim que deu meu horário, eu fui para a casa e chorei bastante. Estava me sentindo injustiçada, triste, com sentimentos muito ruídosos. Parecia que eu tinha sido demitida, entendem? E sem motivo algum! Acho que alguma menina deve ter falado para o gerente da minha bota, alguma menina mais experiente, sabe? Porque eu vi uma apontando para mim e falando com o gerente e também, em outro momento, uma menina se aproximou de mim dizendo que eu não poderia usar aquela bota.
Enfim, aposentei essa bota, enxuguei as lágrimas e fui no outro dia para a boate. Nesse dia eu fiz um pernoite, ganhei bastante, foi muito bom! Nos outros dias que fui também consegui clientes, mas é importante frisar que não tive clientes todos os dias que fui. Tem dias que a boate é bem parada, tem dias que vem muitos homens só para beber, que não estão a fim de sair com alguma garota. Então na boate tem dias e dias, mas o que eu percebi é que dá para trabalhar bem mais do que pelo site, portanto, dá para ganhar mais dinheiro também.
Só que é muito cansativo. Meu corpo está exausto até agora das noites mal dormidas. Nessa boate, eu tenho que cumprir 7h e abre às 17h, testei pouco o horário da tarde, porque costumo chegar mais à noite, porque percebi que depois das 22h costuma ter mais clientes. Só que aí eu fico exausta porque só posso ir embora de madrugada. Então estou vendo ainda como vou conciliar. Provavelmente vou ir poucas vezes na semana e vou ir mais cedo. Estou conciliando a bote com os atendimentos pelo site. E logo mais quero ir para o TikTok, o que eu acho que vai me ajudar bastante a ter clientes, sem precisar ir para as boates. Por enquanto, estou gostando dessa casa, mas já entendi que ficarei por pouco tempo, pois o ambiente de boate não é para mim, altera muito o meu ritmo natural e eu fico bem cansada. Também porque eu nasci para ser autônoma, livre e não presa em um estabelecimento. Mas essa é só uma fase na vida de Sol Rara e se você quiser saber mais dessa fase de boate, comenta para mim, que provavelmente vou escrever muito mais sobre essa experiência!
Quem me acompanha no Instagram, viu que eu atendi um virgem nessa boate rs quem sabe eu escreva sobre esse dia? E sobre tantos outros que ainda estão por vir nesse lugar? Haha

